Gaia faz descontos para legalização de habitação e empresas


Atualmente existem cerca de 830 habitações clandestinas e 254 empresas com instalações ilegais no concelho.





A Câmara Municipal de Gaia (CMG) aprovou, na passada segunda-feira, um regime excecional que permite aos proprietários de habitações clandestinas, de edifícios inacabado e de empresas cujas instalações nunca foram licenciadas a legalização dos seus edifícios até ao final de 2016 com redução de taxas, que vai de 50 a 80%.

Na prática, a autarquia abdica da receita das taxas municipais de urbanização e de compensação urbanística para incentivar os proprietários a pôr fim a situações de ilegalidade que se arrastam há vários anos. De acordo com dados da Empresa Municipal Gaiurb, existem 830 habitações clandestinas e 254 empresas com instalações ilegais no concelho.

Para além de redução nas taxas a pagar, os procedimentos necessários para o licenciamento também foram simplificados. O regime excecional entrará em vigor após aprovação em Assembleia Municipal e manter-se-á, pelo menos, até ao final do próximo ano.

“O nosso objetivo é regularizar os edifícios clandestinos, desde que as construções não violem a lei”, conta Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da CMG.

Há famílias que construíram a sua habitação clandestina, outras que compraram apartamentos em prédios edificados ilegalmente. Pagam luz, água e IMI, mas estão impedidas de vender ou arrendar esses imóveis ou de deixá-los como herança. Os proprietários de habitação permanente irão beneficiar de um desconto de 75% nas taxas de urbanização e de compensação urbanística desde que tenham as “necessárias infraestruturas públicas”.

No caso das empresas, há indústrias e lojas que garantem emprego a muitos gaiaenses e laboram sem estar licenciadas, ficando assim impossibilitadas de obter apoio comunitário. A CMG vai conceder 50% de desconto nas taxas para legalizar indústrias, armazéns, comércio e outras atividades económicas que dinamizem o tecido empresarial e potenciem a manutenção ou criação de emprego.

Também os edifícios inacabados vão ser abrangidos com uma redução nas taxas. O concelho tem diversos prédios em esqueleto ou inacabados por falência ou por incapacidade financeira dos promotores. O novo regime permite que, nestes casos, peçam uma nova licença para concluir as obras com uma redução de 80% nas referidas taxas.


Em qualquer das três situações é possível que a isenção municipal seja total (100%), consoante o número de empregos criados, o impacto das operações no território e a avaliação da debilidade financeira das famílias.

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