Antigo cinema Odeon pode vir a ser empreendimento residencial


Anterior projeto para construção de um centro comercial com estacionamento subterrâneo foi, entretanto, abandonado.





O antigo cinema Odeon, em Lisboa, deverá ser transformado num edifício residencial, com 13 apartamentos e uma loja no piso térreo, estando já abandonada a ideia inicial de ali construir um novo centro comercial.

O cinema Odeon, de estilo art déco e localizado junto ao Coliseu nos Recreios, na baixa lisboeta, foi inaugurado em 1927, mas encerrou portas nos anos 90, quando já só passava filmes pornográficos.

Em 2013 um projeto do arquiteto Luís Pereira Coelho sugeria que o espaço fosse transformado num centro comercial com valências culturais e estacionamento subterrâneo. A proposta teve aprovação da Direção Geral do Património Cultural (DGPC), mas gerou alguma polémica na altura e, agora, parece já ter sido abandonada.

O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, contou ao Público que no passado dia 31 de março deu entrada na Câmara de Lisboa um novo projeto, de autoria do arquiteto Samuel Torres de Carvalho, que prevê a criação de uma loja com 666m² no rés-de-chão, “com o pé direito correspondente ao volume todo da sala” de espetáculos, que permitirá preservar a boca de cena e o teto de madeira pau-brasil. “A fachada será toda recuperada”, serão colocadas janelas de trapeira na cobertura do imóvel e, para a “parte de trás” do edifício, zona dos antigos “balcões”, a ideia é construir 13 apartamentos, com uma área total de cerca de 2000m².

O projeto fala ainda da criação de 22 lugares de estacionamento, num sistema robotizado, sugestão que deixa “sérias dúvidas” ao vereador, já que o imóvel fica muito perto do parque de estacionamento dos Restauradores.


Manuel Salgado já fez saber que a Câmara de Lisboa só partirá para a apreciação do projeto depois de receber os pareceres que solicitou a algumas entidades externas. De acordo com o Fórum Cidadania Lisboa, a DGPC já deu parecer favorável ao novo projeto, mas condicionado “à preservação das caixilharias/carpintarias dos vãos exteriores do piso térreo”, “à implementação de uma solução com menor expressão nas divisórias entre frações nas varandas existentes nos pisos 1 e 2” e “à execução de caixilharias das novas trapeiras em ferro ou madeira”. Se as restantes entidades derem também “luz verde”, o projeto deve avançar nos próximos tempos.

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