Portugueses saldam dividas de crédito ao consumo com casa própria

O jornal Público revela um esquema fraudulento que promete ajudar os contribuintes mais endividados a verem-se livres das dívidas. Em troca só têm de vender a sua casa à empresa que os “ajuda”.

A maioria destas empresas oferece uma linha de crédito suficiente para soldar todas as dívidas em curso e aprovação do crédito em 48 horas. Em contrapartida, o endividado deve oferecer a sua casa como garantia.

A oferta de ajuda na renegociação dos créditos vem muitas vezes ter à nossa porta, através de panfletos deixados nas caixas de correio.

Segundo o jornal Público, estas empresas propõem às famílias que façam um novo contrato de compra e venda da sua casa para em troca verem todas as dívidas soldadas por um investidor privado.
 O dinheiro da venda não chega às mãos das vítimas, fica no poder do investidor privado que com ele vai soldar as dívidas. (O Público não conseguiu confirmar se as dívidas são mesmo soldadas).

Após venderem a casa a troco do pagamento de dívidas com valor muito inferior ao da habitação, os agora ex-proprietários devem assinar um novo contrato de arrendamento ou comodato (empréstimo do imóvel) sobre a casa onde já habitam. O novo contrato diz também que as vítimas se comprometem a recomprar o imóvel, mas com uma inflação no preço que costuma ser superior a 30%. Após a assinatura é estabelecido um montante mensal a pagar que é justificado como renda ou adiantamento do sinal. Esse valor mensal costuma ser superior às remunerações mensais dos visados.

Existe ainda uma cláusula que obriga o cliente a comprar imediatamente a casa em caso de incumprimento. Desta forma as empresas de renegociação conseguem a resolução rápida dos contratos que resulta na venda das casas a outra empresas ou indivíduos.

 O Público denúncia ainda outro tipo de burla praticado por estas empresas, que obriga os clientes que se propõem a crédito a pagar entre 100 a 200 euros para poderem ter acesso ao crédito, iludindo-os de que o crédito será concedido. O pedido de crédito é normalmente recusado e os clientes muito dificilmente voltam a reaver o dinheiro, uma vez que o pagamento é feito por transferência bancária, para um número de conta enviado por SMS para os lesados.

O jornal refere nomes de algumas empresas que estão associadas a este género de negócio e que têm inclusive várias reclamações que pode consultar no portal da queixa.

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