Euribor a seis meses, a mais frequente em Portugal, deve demorar mais uns três ou quatro meses a chegar a terreno negativo.
Há boas notícias para quem tem
crédito à habitação. As taxas Euribor
estão a tocar mínimos históricos e a atingir valores negativos – a Euribor a três meses, um dos principais
indexantes utilizados no crédito para comprar casa e para as empresas, está
agora fixada em -0,001%. E tudo
indica que não fique por aqui, já que o mercado
está a antecipar que as taxas interbancárias se mantenham em terreno negativo
até 2016.
O futuro da Euribor a três meses aponta para que esta se situe nos -0,02% em junho de 2016. Em março deste
ano era de 0,027%.
Na prática, uma família com um
empréstimo de 100 mil euros a 30 anos, com um spread de 1% indexado à Euribor a três meses tem, atualmente, uma
prestação de 322,88 euros. Com o mesmo financiamento, mas com a Euribor a
-0,02%, a mensalidade passa para 320,72 euros, menos 2,16 euros.
“Não há propriamente uma
surpresa, sobretudo tendo em conta o comportamento que tem vindo a verificar-se
nos últimos tempos. Aliás, a evolução da Euribor a uma semana e a um mês
demonstra que a tendência é para continuar”, conta Filipe Garcia, economista da
consultora Informação de Mercados Financeiros (IMF), em declarações ao
DN/Dinheiro Vivo.
Segundo o responsável, “a manter-se a tendência decrescente, é
provável que a média de maio já seja negativa”, o que fará descer a prestação
da casa a pagar em julho.
Segundo dados do Banco de
Portugal relativos a 2013, dos 1,6 milhões de contratos de crédito à habitação
existentes em Portugal, mais de 665 mil estão indexados à Euribor a três meses.
A maioria está indexado à Euribor a seis meses (mais de 794 mil contratos). “É possível que a Euribor a seis meses
demore mais uns três a quatro meses até atingir valores negativos e as
famílias sentirão o efeito mais no final do ano”, acrescenta o economista da
IMF.
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