Contribuinte em dívida passa a ser chamado para reunião antes da decisão de venda do imóvel.
Perante a sucessão de penhoras inusitadas nos últimos meses, a venda de casas
penhoradas vai deixar de ser automática e caberá agora aos serviços de Finanças
avaliar se o processo avança. Esta medida vem tentar corrigir algumas situações
caricatas criadas pela marcação automática de vendas de imóveis, associada à
falta de controlo humano caso a caso e à pressão para aumentar a receita
fiscal.
O secretário de Estado dos
Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, já tinha anunciado que estavam “em curso
mudanças nos procedimentos e automatismos em matéria de penhora e/ou venda de
bens”, mas só no passado dia 23 os serviços ficaram a conhecer as novas
diretrizes. Agora, em vez de haver um mecanismo informático que ativa
automaticamente a venda de imóveis sob ordem de penhora, cabe aos diretores e chefes de Finanças a decisão final de vender os imóveis.
Segundo um email enviado aos
diretores e chefes de Finanças, a que o Público teve acesso, antes de se
decidir a marcação da vendas dos bens penhorados, o contribuinte é chamado para uma reunião presencial, onde é informado
da iminência da marcação da venda do imóvel e dos mecanismos legais ao seu
dispor para a regularização da dívida. Se não comparecer e não pedir para ser
ouvido noutra data, um funcionário do Fisco deve ir ao local do imóvel para
verificar se aquela é a habitação própria e permanente do contribuinte visado.
Comentários
Enviar um comentário