Mota-Engil põe 2 milhões no Aleixo e câmara troca terrenos por dinheiro


“Esta é a resolução definitiva da questão do Aleixo. Resolvem-se os problemas jurídicos, de liquidez, de PDM e de carácter social”.





A Câmara Municipal do Porto (CMP) parece ter encontrado a solução para desbloquear os terrenos do Bairro do Aleixo e a situação do Invesurb – Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado. Na próxima terça-feira o executivo deverá aprovar o contrato revisto entre a autarquia e o fundo, que prevê a entrada de cerca de 2 milhões de euros pelo novo acionista, a Mota-Engil. O município compra por 2 milhões os terrenos que tinham sido usados para o aumento de capital do fundo em 2012.

Apesar da Mota-Engil ter sido anunciada como novo acionista a 26 de fevereiro, só agora, quatro meses depois, chagaram a um acordo in extremis. “Se não se chagasse a uma solução agora, o fundo seria extinto por falta de liquidez”, conta ao Público fonte da assessoria de imprensa do município.

O novo contrato prevê um aumento de capital da Invesurb por parte da Mota-Engil, que entra com cerca de 2 milhões de euros, equivalentes a 26% da totalidade do fundo. O empresário António Oliveira e a Rio Forte, do universo Espírito Santo, ficam igualmente com 26% cada. Desta forma, a CMP vê reduzida a sua percentagem de participação, passando a ter 22% do fundo, apesar de manter o mesmo número de unidades de participação.

A participação do município no fundo passa a ser integralmente em dinheiro, com a autarquia a comprar por cerca de 2 milhões as quatro parcelas de terreno na Rua da Quinta que, em 2012, constituíram a parte substancial do aumento do capital do Invesurb, quando o fundo apresentava problemas de liquidez e arriscava descer abaixo do limite mínimo de 5 milhões de euros.

Fonte da autarquia garante que esta fica beneficiada com a troca. “A capacidade construtiva com que ficam, se as considerarmos como uma só, permite prever uma valorização de 14,5% face ao preço por que foram transacionadas em 2012”.

O novo contrato entre o fundo e o município prevê ainda que o próximo passo do Invesurb seja concluir e entregar à câmara as obras da Travessa de Salgueiros e da Avenida de Fernão Magalhães, destinadas ao realojamento dos moradores do Bairro do Aleixo. De seguida, o Invesurb retomará “faseadamente” a demolição das três torres qua ainda estão de pé, para depois ser posto em prática o projeto delineado para os terrenos do bairro.

“O projeto será executado com menos volumetria, ficando sanados todos os problemas com o PDM [Plano Diretor Municipal]. Aliás, esta é a resolução definitiva da questão do Aleixo. Resolvem-se os problemas jurídicos, de liquidez, de PDM e de carácter social”, afirma o assessor de imprensa da câmara.


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