Depois de, nos últimos dias, ter sido noticiado que a SONAE terá realizado várias operações de Sale and Leaseback, torna-se importante desmistificar que operação é esta e porque razão é realizada.
Sale and
Leaseback é uma operação financeira
em que uma empresa vende um ativo onde desenvolve a sua atividade e arrenda-o
de volta, fazendo um contrato de longo prazo. A empresa fica a utilizar esse ativo
e deixa de ser o proprietário. Esta transação é feita geralmente para o ativo
imobilizado.
O Sale-Leaseback é uma operação vantajosa para ambas as partes.
Para o vendedor:
- Ganho gerado pela venda
- O ativo é removido do balanço
- O vendedor evita contração de empréstimos
- O vendedor liberta capital necessário, para usá-lo no seu core business
- Há uma transferência de obrigações fiscais que passam para o comprador
Para o
comprador:
- Obtém um ativo ocupado por um inquilino com contrato de longo prazo
- Os custos de prospecção são eliminados (tempo que tem o imóvel devoluto, procura de arrendatários, etc.)
- O comprador avalia a capacidade de cumprimento do arrendamento pelo inquilino antes da compra do ativo
- O comprador adquire um ativo com uma yield bastante atrativa
Nos Estados Unidos existem estudos sobre o impacto
sobre o preço de transação de operações ao abrigo de Sale and Leaseback.
Deixo as
conclusões de um estudo de C.F. Sirmans e Barret A. Slade, publicado no Journal
of Real Estate Research [JRER], em
2010:
- Os dados mostram que as operações Sale and Leaseback são efetuadas por valores superiores
- Numa transação Sale and Leaseback média ocorre um prémio de 13,86% em relação a uma transações não-Sale and Leaseback
- Os dados sugerem que a NOI é maior (e, portanto, as taxas de capitalização são mais baixas) para transações de Sale and Leaseback em comparação com os não-Sale and Leaseback
Há duas
razões possíveis para esses diferenciais:
- Fluxo de caixa esperados para uma propriedade Sale and Leaseback pode ser maior devido à falta de desocupação
- O perfil de crédito para os inquilinos Sale and Leaseback pode ser superior e a história da empresa (locatário) no local de propriedade pode levar a menor risco
Artigo de opinião de Nuno Correia, diretor-geral da BESTURBAN
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