Confederação sugere a utilização de 20.000 milhões para infraestruturas e equipamentos, 18.000 milhões para regeneração urbana e imobiliário e 2.000 milhões para operações de internacionalização.
A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) elaborou um documento estratégico no qual sugere que uma fatia adicional de 40.000 milhões de euros dos fundos comunitários previstos para Portugal até 2020 seja reencaminhada para a construção e imobiliário, de modo a virar definitivamente a página da crise que afetou o setor nos últimos anos.
O objetivo é canalizar esse capital, ao longo dos próximos cinco anos, para o financiamento de novos projetos e, dessa forma, promover não só a retoma dessas atividades, como a retoma da economia nacional.
De acordo com o Diário Económico,
a proposta da CPCI, que reúne 20 associações nacionais de empresas de construção
e do imobiliário, é que 20.000 milhões
de euros em fundos comunitários sejam utilizados para financiar infraestruturas e equipamentos, 18.000 milhões para a regeneração urbana e o imobiliário e que os restantes 2.000 milhões de euros fossem
canalizados para o financiamento de operações de internacionalização das construtoras e imobiliárias nacionais até
2020.
“Portugal é dos países europeus
onde o peso do investimento em construção no total é mais baixo, uma situação
anacrónica, tendo em conta a sua especialização produtiva, o potencial de
valorização dos ativos territoriais e a necessidade de criação de emprego”,
lê-se no documento.
Os cálculos da confederação
indicam um défice de investimento no valor de 12.000 milhões de euros em
Portugal, em 2014, dos quais 6.600 milhões deveriam ter sido canalizados para a
construção e para o imobiliário. Para assegurar que o país siga a média
europeia e esteja em linha com a estratégia da Comissão Europeia para relançar
o crescimento com base no investimento, a CPCI considera que a fileira que
representa deve chegar a um peso de 22% no PIB, e que esta deve ser uma das
principais metas do país.
A construção e o imobiliário
devem ainda atingir um peso de 50% no que toda ao investimento. Mas, para que
isso aconteça, é necessário que o valor do investimento em ativos de construção
e de imobiliário cresça 6.600 milhões de euros, ou seja, mais 50% que em 2014,
de modo a atingir um valor acumulado adicional de 40.000 milhões de euros.
A CPCI alerta para o facto de, entre
2010 e 2014, o investimento em ativos da construção e do imobiliário em
Portugal ter registado uma quebra acumulada de 39,5%, a um ritmo anual de
11,8%. Ou seja, em quatro anos, essa quebra
foi oito vezes superior à média europeia, onde o investimento decresceu 5%,
a uma taxa média de -1,3% ao ano. Atualmente, o peso do investimento em ativos
da construção e do imobiliário no total do investimento em Portugal ronda os
48,3%, um valor abaixo da média europeia (50,1%).
A quebra no investimento estendeu-se
a toda a fileira da construção e imobiliário. Entre 2007 e 2014, o investimento
na habitação caiu 71%, no segmento não residencial 44% e nas obras de
engenharia civil desceu 26%.
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