Clima, amabilidade dos portugueses e vantagens fiscais, como o estatuto de residente não habitual, são os principais chamarizes.
Atualmente há “mais de 7.500
franceses com o estatuto de residentes não habituais [em Portugal], 5600 dos
quais são reformados” e estima-se que
até ao final deste ano estejam “cerca de 20.000 franceses a viver em Portugal
como residentes fiscais portugueses”. Quem o disse foi Carlos Vinhas Pereira,
presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, aquando do
último Salão do Imobiliário e Turismo Português, e tudo aponta para que se
chegue a esses números, já que atualmente Portugal é visto como a “nova terra
de exílio para os reformados”.
O Público deu a conhecer a
história de Marie e Yvon Meillarec, um casal que vive na região da Bretanha, no
noroeste de França, e que comprou recentemente um apartamento num condomínio
fechado no Seixal, espaçoso, com terraço e vista para a capital. “Em França,
ouve-se cada vez mais que Portugal é uma
terra de adoção para os franceses ao nível fiscal. Confirmo que Portugal está na moda para os
reformados franceses e, apesar de termos sido os primeiros do nosso círculo de
amigos a comprar, já há outros a pensar no mesmo”, conta Marie.
O casal ainda hesitou entre
Barcelona e Lisboa, mas o “argumento
financeiro” acabou por convencê-los a escolher Portugal, para além do “bom tempo” e das “pessoas amáveis”. “Para já vamos ficar por cá alguns meses e depois
logo vemos. O estatuto [de residente não habitual] é muito interessante, talvez
demos o passo para o pedir, mas por enquanto vamos ter um período de adaptação
porque não podemos deixar tudo para trás de um momento para o outro”,
acrescenta.
Recorde-se que o estatuto do residente não habitual em
Portugal, em vigor desde janeiro de 2013, permite a qualquer reformado – do
setor privado – da União Europeia uma isenção fiscal durante dez anos, desde
que resida em Portugal 183 dias por ano e não tenha tido residência fiscal no
país nos últimos cinco anos.
A história de Marie e Yvon é
apenas mais uma entre muitas. Desde a primeira edição do Salão do Imobiliário e
Turismo Português, há quatro anos, um evento anual que se realiza em Paris e
que este ano se alargou a Lyon, a imprensa francesa muito tem falado das
“reformas douradas” em Portugal e dado a conhecer histórias semelhantes à de
Marie e Yvon.
Num dos artigos recentes, a 6 de
agosto, o jornal francês Les Echos descreve Portugal como a “nova terra de exílio para os reformados”
e “o destino privilegiado dos pensionistas franceses, ultrapassando Marrocos,
que sofre com as consequências dos problemas geopolíticos no Magrebe”.
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