“É possível pagar o mesmo ou menos ao banco do que se paga ao senhorio”.
Apesar do mercado de arrendamento ter ganho algum ânimo nos últimos tempos, tendo em conta os elevados valores de
renda, os portugueses têm optado cada
vez mais por comprar casa. Em 2014, venderam-se 230 habitações por dia,
este ano esse valor deve aumentar 25%, segundo estimativas da Associação dos
Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).
Luís Lima, presidente da APEMIP,
diz que estes números “estão muito relacionados com as ações políticas e os incentivos
que surjam para o mercado” e acrescenta que “não se fez o que se devia ter
feito para potenciar o arrendamento, algo a nível fiscal que incentive a
colocação de casas no mercado. O Governo tem de ser mais ousado e evitar uma
dupla tributação de quem arrenda, pela posse e pelos rendimentos, [ou] as rendas serão sempre superiores ao que as
pessoas estão disponíveis para pagar”.
O Dinheiro Vivo apresentou
recentemente o caso de um jovem casal, com menos de 30 anos, que depois de ano
e meio a pagar renda perceberam que “é
possível pagar o mesmo ou menos ao banco do que se paga ao senhorio”. Deixaram
um T2 na Graça, em Lisboa, onde pagavam uma renda de 750 euros mensais, para
viver no T3 de eleição, pagando ao banco uma prestação mensal de cerca de 600€.
Mesmo conscientes que pela frente
têm vários impostos de aquisição, taxas legais sobre o valor da propriedade,
custos com registos e custas notariais, para além de outras obrigações, como o
IMI, o casal não tem dúvidas de ter feito a escolha mais acertada. “Os custos
iniciais são suportáveis, além de que estamos
a pagar por uma coisa que um dia acabará por ser nossa.”
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