CML embarga obra polémica em Telheiras


Junta de Freguesia de Carnide e moradores afirmam que a obra terá um grande impacto na zona envolvente, nomeadamente ao nível do estacionamento.



imagem: publico.pt


A Câmara Municipal de Lisboa (CML) embargou, na semana passada, a obra de um pavilhão na Quinta dos Inglesinhos, em Telheiras, cuja estrutura metálica montada já chegava à altura do quarto andar dos prédios circundantes, ultrapassando cerca de 1,5 metros a altura prevista no projeto aprovado.

O pavilhão em questão faz parte de um complexo que incluirá dois campos de ténis, três campos de padel e um espaço de restauração. A obra é contestada há já vários anos pelo impacto que terá na zona envolvente, nomeadamente ao nível do estacionamento.

A Junta de Freguesia de Carnide e os moradores que contestam a construção têm defendido, sem sucesso, a criação de um parque de estacionamento subterrâneo para aquele mesmo espaço, recusando qualquer obra em altura. A Assembleia Municipal de Lisboa, em resposta a uma petição subscrita por 335 pessoas, aprovou por unanimidade, em maio deste ano, uma recomendação à câmara para que sejam criados mais lugares de estacionamento na periferia do lote e para que seja estudado o reordenamento e a gestão do estacionamento em toda a zona de Telheiras.

Pedimos várias vezes reuniões conjuntas com o vereador do Urbanismo, a junta e os moradores, mas nunca fomos recebidos”, conta Fábio Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Carnide, citado pelo Público. Tanto a junta como os moradores queixam-se que a câmara nunca lhes deu informação detalhada sobre o projeto que entretanto aprovou e que prevê a construção de 25 lugares de estacionamento no interior do complexo. Conhecem apenas os desenhos que o promotor – a empresa Racket4you – colocou na sua página de Facebook, que mostram um conjunto “sem grande impacto visual e sem qualquer construção em altura”, que nada tem a ver com a estrutura atualmente montada, “um mamarracho que vai até à altura do 4º andar”, conta o autarca, acrescentando que a junta “não se vai conformar com esta solução”.

Miguel Pragana, um dos sócios da Racket4you, diz que a necessidade de aumentar a altura do edifício surgiu já no decurso da obra, motivada pela pressão feita pela câmara para que fossem criados 25 lugares de estacionamento no primeiro piso, por baixo dos campos de padel. O empresário, que defende que o aumento de altura “não tem qualquer impacto na zona envolvente”, confirma que ontem, segunda-feira, foi entregue à CML um projeto de alterações destinado a legalizar a construção embargada.





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