Limpar malparado pode dar mais 600 mil milhões em crédito à Zona Euro


FMI acredita que a redução do crédito em incumprimento é importante para garantir o crescimento económico dos países do euro.





Os bancos europeus têm procurado limpar o crédito malparado, ao mesmo tempo que as provisões para estes financiamentos melhoram, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que é preciso fazer mais, defendendo que acelerar a limpeza do malparado pode permitir o desbloqueio de mais de 600 mil milhões de euros de novo crédito, que seria fundamental para garantir o crescimento da Zona Euro.  

“Apesar dos rácios de capital dos bancos ter melhorado – tornando os bancos mais seguros – a capacidade de estes concederem financiamento mantém-se constrangida e as expetativas de rentabilidade estão reprimidas”, diz o FMI, citado pelo Jornal de Negócios. “No final de 2014, os créditos malparados bloquearam cerca de 52 mil milhões de euros, ou 3% do capital, nos bancos da Zona Euro”, conta, acrescentando que “reduzir os créditos em incumprimento poderia libertar o capital dos bancos e encorajar o crescimento do crédito”. Crédito esse que “será necessário para garantir uma base mais alargada para o crescimento da Europa”.

O FMI acredita que “apesar das perdas, os bancos poderiam libertar capital” se se desfizessem dos créditos em incumprimento dentro do prazo atual dos processos (três anos), vendendo-os a investidores que depois os procurariam recuperar. No relatório de estabilidade financeira, o FMI diz ainda que o problema é o preço a que esses créditos podem ser “limpos”, que é inferior ao que está no balanço. Defende, para isso, mais facilidade nos processos de incumprimento de crédito.


O FMI adianta ainda que “se os créditos malparados fossem vendidos aos investidores com uma expetativa de retorno de 10%, 602 mil milhões de nova capacidade de crédito (o equivalente a 3,7% aos créditos concedidos pelos bancos da Zona Euro) poderiam ser obtidos no total dos países do euro, dos quais 373 mil milhões ficariam disponíveis nos países não “core” da Zona Euro, desde que os prazos para os processos de incumprimento no crédito fossem reduzidos para um ano”.

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