“É importante que as instituições financeiras desenvolvam esforços para reduzir e/ou diversificar as suas exposições aos ativos referidos, aproveitando as condições de mercado sempre que estas se mostrem mais favoráveis.”
No relatório de estabilidade
financeira, publicado ontem, o Banco de Portugal (BdP) afirma que “o sistema financeiro português continua exposto
a um conjunto de desafios e riscos muito significativos”. O alerta surge
depois de, na semana passada, o governador do BdP ter sugerido em viva voz que
os bancos devem reduzir e diversificar a exposição aos ativos imobiliários e à
dívida soberana.
De acordo com o Diário de Notícias, que cita o
documento, o BdP está preocupado sobretudo com “o atual enquadramento de
reduzidos níveis de taxas de juro nominais nos vários prazos”. O contexto
macroeconómico pode levar a uma “tomada excessiva de risco” e, consequentemente,
a uma “afetação de recursos que a posteriori se revele não adequada/
sustentável”, além da “sobrevalorização dos ativos (financeiros e não
financeiros)” e a “compressão da rentabilidade das instituições financeiras”.
A “exposição significativa a determinadas classes de ativos”, como o
imobiliário e títulos de dívida soberana, e
“a países ou regiões específicas”, como as economias de mercados emergentes
que têm sentido abrandamento na economia, como Angola, Brasil e China, são alguns
dos factos apontados pelo BdP para que a vulnerabilidade do sistema financeiro
se acentue.
Carlos Costa, governador do BdP,
defende que “é importante que as instituições financeiras desenvolvam esforços
para reduzir e/ou diversificar as suas exposições aos ativos referidos,
aproveitando as condições de mercado sempre que estas se mostrem mais favoráveis”.
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