Governo Regional queria vender as casas a preço controlado, mas o plano falhou e as habitações estão vazias há quatro anos.
imagem: joaomorgado.com |
As casas desenhadas por Eduardo Souto de Moura nas Sete Cidades, que estavam sem moradores há vários anos, vão agora ser arrendadas por 250 euro/mês. Este foi o primeiro projeto do premiado arquiteto nos Açores.
As moradias cinzentas em betão
armado e portas encarnadas destacam-se por entre os casarios brancos no centro
das Sete Cidades, junto à grande lagoa,
que é a principal atração turística da ilha de S. Miguel, mas nem isso as
tornou mais atrativas.
O projeto foi encomendado há sete
anos pelo Governo Regional dos Açores, que pretendia vendê-las a preços baixos
aos habitantes mais jovens, mas o plano
fracassou e o Executivo começou agora a arrendá-las por 250 euros por mês.
De acordo com o Sol, inicialmente
a ideia era construir 27 moradias, de dois ou três quartos, nos terrenos
cedidos pelo Executivo, para serem vendidas a custo controlado para fixar novos
casais na freguesia, onde vivem pouco mais de 700 pessoas. Mas a Afavias,
empresa responsável pela construção e comercialização da empreitada, acabou por
construir apenas 11 habitações.
“Houve dificuldades de acesso ao crédito à habitação por parte das
famílias que concorreram às casas e ficou acordado que se construíssem menos
moradias”, diz fonte oficial do Governo Regional, citado pelo Sol,
acrescentando que a construção faseada permitiria avaliar a “resposta do
mercado” à medida que as obras avançassem. Mas o cenário não se alterou e as
famílias continuaram a não poder pagar os 99.978 euros pedidos pelas habitações,
ou os 450 euros mensais de empréstimo ao banco.
Perante a falta de compradores, o
Governo Regional fez um novo acordo com a Afavias, comprometendo-se a comprar as
11 casas até 2016, por mais de um milhão de euros. Para já, comprou apenas três
das moradias, pelas quais pagou quase 300 mil euros, e que vai arrendar a
algumas das 14 famílias que se terão candidatado às casas inicialmente. As
primeiras três famílias mudaram-se já em setembro.
“São famílias aqui da freguesia,
que viviam em casa dos pais em condições muito precárias ou em anexos das casas
de familiares” que “vivem com o salário mínimo ou pouco mais”, conta a
presidente da Junta de Freguesia das Sete Cidades, Cidália Pavão.
Para já não serão construídas as restantes 16 habitações, mas a presidente
da junta tem esperança que o Governo Regional continue com o processo de
arrendamento das moradias já construídas.
Comentários
Enviar um comentário