“A habitação é um direito fundamental de primeira importância. Constitui a base de uma sociedade estável e coesa (…).”
António Costa toma hoje posse como primeiro-ministro, quase dois
meses depois das eleições legislativas que deram a vitória [por minoria] à
coligação PSD-CDS e que deixaram o país instável, política e financeiramente.
O programa do novo Governo, que
será discutido na próxima semana, inclui 16
medidas que terão impacto direto no setor imobiliário e da habitação,
segundo noticia o Idealista:
- Criar um “Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado”, com capitais e gestão
pública, ao qual os privados podem aceder mediante a entrega do seu
edifício/fração.
Este fundo ficará encarregue de reabilitar e gerir o seu parque edificado, colocando-o no mercado após a respetiva reabilitação, sendo direcionado principalmente para o arrendamento de “habitação acessível”, recuperando assim o investimento inicial a médio prazo; - Financiar “pelo menos 25 Planos de Ação Locais para a reabilitação de áreas urbanas, com vista à execução de intervenções físicas em centros históricos e áreas urbanas desfavorecidas ou de génese ilegal”;
- Rever o regime do arrendamento, adequando o valor das rendas ao estado de conservação dos imóveis e estimulando a respetiva reabilitação; incentivar a concessão de garantias bancárias a empréstimos para obras de reabilitação destinadas a arrendamento em regime de habitação acessível;
- Simplificar regras e procedimentos para acelerar a realização de obras de conservação e operações urbanísticas de reabilitação urbana;
- Simplificar e reduzir custos de contexto relacionados com o processo de despejo;
- Concluir a implementação dos programas PIMP (Plano de Intervenção a Médio Prazo) e PER (Programa Especial de Realojamento), retomar o PER Famílias e criar um programa semelhante para o edificado consolidado e degradado;
- Reforçar o investimento, através dos fundos comunitários, na reabilitação e na melhoria da eficiência energética do parque de habitação social existente, bem como na reabilitação de edifícios devolutos para fins de habitação social,
- Criar uma rede de habitações apoiadas, em regime de “pensões de família”, para pessoas com baixo nível de recursos, em situação de isolamento ou exclusão (em particular idosos) e cuja situação social e psicológica ou psiquiátrica torna pouco provável o seu acesso a uma habitação comum;
- Rever o IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis: ponderar a sua progressividade, fazendo-o depender dos rendimentos dos proprietários, e repor a cláusula de salvaguarda, que impede aumentos superiores a 75 euros por ano quando houver reavaliação do imóvel;
- Rever o IMT – Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis;
- Proibir as execuções fiscais sobre a morada de casa de família relativamente a dívidas de valor inferior ao valor do bem executado e suspensão da penhora da casa de morada de família nos restantes casos;
- Criar um grupo de trabalho sobre política de habitação, crédito imobiliário e tributação de património imobiliário, composto por representantes dos partidos com representação parlamentar apoiantes do novo Executivo (PS, BE, PCP e PEV) e pelo membro do Governo que tutela a área, com apresentação de relatórios semestrais;
- Disponibilizar edifícios públicos para venda a custos reduzidos com o compromisso de os imóveis serem reabilitados e destinados a arrendamento em regime de habitação acessível, designadamente por jovens durante um número mínimo de anos;
- Criar bolsas de habitação acessível, nomeadamente através das verbas do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (até 10%), cujos montantes serão usados para investir em prédios que mais tarde serão arrendados;
- Criar um seguro de renda que proteja os proprietários no caso de um eventual incumprimento por parte dos inquilinos;
- Acabar com o regime de incentivos fiscais aos Fundos de Investimento Imobiliário, mantendo apenas os benefícios atribuídos aos restantes promotores de reabilitação urbana.
No preâmbulo do Programa do
Governo dedicado a este setor pode ler-se que, para os socialistas, “a
habitação é um direito fundamental de primeira importância. Constitui a base de
uma sociedade estável e coesa, bem como o alicerce a partir do qual os cidadãos
constroem as condições para aceder a outros direitos, como a educação, a saúde,
o trabalho ou a realização pessoal (…).”
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