No Porto é necessário 50% do rendimento. Em ambas as cidades, a taxa de esforço fica bem acima dos 30% recomendados.
Arrendar uma casa em Lisboa chega
a custar 90% do salário e no Porto 50%, o que representa uma taxa de esforço
muito acima dos 30% recomendados. No caso dos jovens a situação tende a
complicar-se ainda mais, com a maioria a ter rendimentos líquidos inferiores ao
valor das rendas. Não é, portanto, de estranhar que os jovens tenham cada vez
mais dificuldade em sair de casa dos pais.
Em média, a renda de um
apartamento T2 em Lisboa ronda os 760 euros, valor incomportável num país em que o salário médio é de
829 euros. Neste caso, a taxa de esforço ultrapassa os 90%. No Porto, um imóvel da mesma tipologia
custa 440 euros mensais, diz o
Confidencial Imobiliário. Aqui, apesar das rendas serem bastante inferiores às
da capital, um apartamento de 80 metros quadrados leva metade do rendimento.
Para os jovens portugueses esta
situação é, na maior parte dos casos, insustentável. No nosso país, a maioria
dos trabalhadores com idades entre os 25 e os 34 anos ganha até 900 euros por
mês, mais de 30% tem rendimentos abaixo dos 600 euros. As rendas nas grandes
cidades são, portanto, superiores aos salários.
Romão Lavadinho, da Associação
dos Inquilinos, reconhece que “são rendas proibitivas para um casal com um
rendimento médio” e acrescenta que “os proprietários ainda não perceberam que é
preferível baixar o valor das rendas e terem as casas cheias, do que vazias”. É
que “a procura por rendas de valores entre 250 a 300 euros é enorme. Mas o
valor das rendas raramente fica abaixo dos 500 euros”.
Apesar de todos os profissionais
do setor admitirem que em Portugal as rendas não estão ajustadas aos salários,
a expectativa é que estas continuem a aumentar.
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