Duas em cada três casas compradas em 2015 pagas sem recurso a crédito


Portugueses usam cada vez mais as poupanças e os investidores estrangeiros também dão uso ao capital próprio.





No ano passado foram aplicados 12,4 mil milhões de euros na compra de casas, sendo que apenas quatro mil milhões (32%) foram financiados pela banca, o que significa que só uma em cada três habitações foi adquirida com recurso a crédito.

De acordo com dados avançados pelo INE, em 2009, ano em que começa a série estatística, o crédito bancário representava 65,7% do valor das transações. Em 2010, ano em que foram investidos 15,6 mil milhões de euros na compra de habitação, 64,7% desse valor foi disponibilizado pelos bancos. Contudo, desde aí, a percentagem emprestada pela banca tem vindo a descer.

Em 2012 e 2013 a percentagem era apenas de 25%, ou seja, apenas uma em casa quatro casas foi comprada com dinheiro emprestado pelo banco. 2012 foi o ano em que os bancos emprestaram menos dinheiro – menos de dois mil milhões de euros, – mas foi em 2014 que se registou a menor percentagem de crédito no valor total usado para a compra de casa, 24,4% (que corresponderam a 2,3 mil milhões de euros).

Em 2015 o crédito concedido para adquirir habitação subiu para os quatro mil milhões, uma subida de 73,4% face a 2014, mas ainda assim longe dos valores registados em 2010.


Os dados indicam que os portugueses estão cada vez mais a aplicar as suas poupanças, em vez de recorrer aos bancos, mas refletem também o aumento do investimento estrangeiro, que habitualmente não envolve recurso a crédito direto.

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