As obras de reabilitação proliferam por cidades como Lisboa
e Porto, mas os especialistas dizem que a maioria não passa de “operações de
cosmética".
A maioria das obras de reabilitação que têm vindo
a ser realizadas são pedidas por privados que pretendem tornar habitações
antigas em espaços dedicados a turismo. Para poupar e tornar todo o processo
mais rápido, acabam por descurar na segurança e olhar só para a parte visível do
imóvel.
Numa entrevista ao Jornal Económico, publicada no dia 21 de
outubro de 2016, Eduardo Souto De Moura, referiu que as reabilitações feitas
têm sido só de “cosmética”. A razão está em tentar poupar na obra, que na maior
parte dos casos se destina a empreendimentos para afetação turística, e acaba
por ser realizada unicamente com motivação estética.
O presidente da Associação dos Industriais da Construção de
Edifícios (AICE), César Neto, corrobora a afirmação de Souto Moura. “Em Portugal, especialmente nas zonas urbanas de maior
densidade, uma parte significativa da reabilitação urbana que está a ser feita,
não passa de uma operação de ‘cosmética’ barata.”, disse o presidente da AICE
ao Jornal Económico.
“As práticas comuns são, por um lado, destruir
para fazer de novo, por vezes mantendo as fachadas, outras vezes nem isso, ou,
por outro lado, ‘remediarem-se’ os edifícios antigos com materiais novos que
escondem as patologias construtivas. Normalmente, este último tipo de
intervenção não tem qualquer qualidade e tem um aspeto falso”, revela o
arquiteto especialista em reabilitação, Paulo Moreira.
Existem exceções, em que a prática da
reabilitação urbana é bem executada, normalmente em projetos de elevado
investimento, a pedido de clientes institucionais ou propriedade pública, em
que a responsabilidade ética e jurídica é praticada pelos seus promotores ou
investidores.
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