O jornal inglês, Financial Times, descreveu as contantes
reformas no mercado de arrendamento em Portugal como uma “embrulhada”.
Desde 2012, que o governo tem feito constantes reformas à
lei do arrendamento. Este ano, chegam ao fim os cinco anos previstos para o
período de transição no congelamento das rendas. Ou seja, todos os contratos
cujas rendas foram feitas antes de 1990 e que ainda continuavam congeladas,
poderiam ser atualizados a partir deste ano. Mas o Governo já está a preparar
uma proposta de prorrogação do período de transição por 10 anos.
A reportagem do Financial Times foi conduzida pelo
jornalista Peter Wise, que entrevistou inquilinos, senhorios, consultores e
promotores. A conclusão é que a reforma inserida durante o programa de
assistência financeira, pelo Fundo Monetário Internacional, “levou um travão a
fundo”, como conta o Público.
“O abandono gradual de congelamento das rendas
continua a criar distorções de mercado”, afirmou o jornalista.
Luís Menezes Leitão,
presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, também foi um dos
entrevistados pelo jornal britânico e garantiu que “este travão vai matar o mercado de arrendamento em Portugal. A reforma
criou expectativas de uma mudança positiva, mas com o recuo em curso os
proprietários estão a perder a sua confiança e a desapostar no mercado
imobiliário.”
O jornal conclui ainda que as constantes
alterações às leis do arrendamento têm vindo a tornar o mercado mais cético, o
que faz com que os senhorios prefiram arrendar a turistas, em vez de
arrendamentos de longa duração.
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