Nunca existiu licença
de construção ou de utilização para o Autódromo do Estoril. Em 1972 a
construção começou sem licenças e sem escritura da compra dos terrenos que
agora ocupa.
Só dois anos após a construção ter começado é que as
escrituras dos terrenos, onde está edificado o autódromo, foram assinadas.
Mesmo assim, a meio da obra a Grão-Pará (empresa responsável pela construção)
reparou que os terrenos que havia comprado não eram suficientes para construir
as pistas que desejavam. Assim, decidiram ocupar terrenos em volta dos seus, a
fim de concluir a construção do autódromo com as dimensões que haviam planeado, divulga o Público.
Os terrenos em causa pertencem a privados e à Câmara
Municipal de Cascais que agora reclamam a sua posse.
Mesmo estando ilegal o autódromo foi palco de várias
cerimónias e ocasiões oficiais. Foi inaugurado pelo Presidente da República
Américo Tomás e por vários membros do governo de Marcelo Caetano. Foi também lá
que Ayrton Senna ganhou o seu primeiro Grande Prémio.
Tanto o Governo como o município de Cascais financiaram, por
diversas ocasiões, obras de monta para que o autódromo cumprisse as exigências
da Fórmula 1. Ao mesmo tempo, a Autodril
- Sociedade do Autódromo do Estoril recebia ameaças de expropriação por
parte da Câmara de Cascais. Ameaças essas que nunca chegaram a avançar.
Em 1997 o autódromo acabou por passar para as mãos da
Parpública (empresa que gere as participações do Estado) para saldar dividas
que a Grão-Pará tinha à Segurança Social, às Finanças e ao Fundo de Turismo e
Tesouro.
Em 2015, o município de Cascais tentou comprar o autódromo
por 5 milhões de euros, mas a operação foi chumbada pelo Tribunal de Contas.
Essa intenção mantém-se porque “só
assim acreditamos que se consegue regularizar” toda a situação, declarou
Carlos Carreira, autarca de Cascais, ao jornal Público.
Caso não haja uma resposta por parte do Estado, o
presidente da Câmara de Cascais admitiu poder avançar com um pedido de
expropriação.
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