O valor das rendas está cada vez mais alto, e mesmo na periferia já chega a valores insuportáveis para alguns orçamentos familiares. É com base nesta ideia que o Governo está a ponderar baixar a taxa liberatória para senhorios que pratiquem rendas mais baixas. A medida deverá ser incluída já no próximo orçamento de Estado.
O Governo tem discutido várias alternativas com os parceiros
parlamentares. A ideia principal passa por baixar a taxa liberatória (que
atualmente é de 28%) dos senhorios que façam contratos de arrendamento mais
longos e pratiquem rendas mais baixas.
A taxa liberatória de 28% é o motivo pelo qual muitos
proprietários preferem arrendar a casa a turistas ou ter os imóveis vazios. A
falta de imóveis para arrendamento de longa duração já se faz sentir, principalmente
no centro das grandes cidades.
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro
Filipe Soares, contou ao Público que a ideia que está a ser discutida é “uma
diferenciação da taxa liberatória [28%] para senhorios que pratiquem contratos
de arrendamento mais longos e a preços controlados”.
O lado dos inquilinos
A Associação dos inquilinos Lisbonenses (AIL) sugere
que deveriam existir diferentes patamares de tributação consoante as rendas
praticadas. A ideia seria guiar as
rendas pelo valor patrimonial (VPT) do imóvel.
A associação propõe que as rendas que não
ultrapassem 5% do VPT do imóvel sejam taxadas a 15% (sem a possibilidade de o
contribuinte fazer o englobamento destes rendimentos). A isto acrescentar-se-ia
a isenção no IMI e manter-se-iam as atuais as atuais deduções.
Já as rendas que ultrapassassem 5% do VPT
teriam uma penalização mais grave. A AIL propõem que as rendas acima deste
valor tenham uma taxa liberatória de 37% , mantendo as deduções previstas para
os proprietários.
Segundo a AIL esta seria uma formar de tornar
as rendas “compatíveis com as disponibilidades daqueles que procuram esta
solução habitacional e garanta um rendimento líquido ajustado à propriedade”.
Proprietários também têm solução
A Associação de Proprietários Lisbonense também
tem a sua versão do que considera justo para equilibrar o mercado. 37 % de taxa
liberatória está fora de questão.
Os proprietários defendem uma descida gradual
na taxa liberatória para os senhorios que pratiquem contratos de arrendamento
mais longos.
A sugestão passa por atribuir uma taxa liberatória
mais baixa logo nos contratos com prazo superior a um ano (25%). Para contratos
com duração superior a dois anos, a taxa fixar-se-ia nos 22%. Para quem assinasse
o compromisso por 3 anos a taxa seria de 19% e assim consequentemente, sendo a
taxa mínima (13%) seria concedida aos contratos com prazo superior a cinco
anos.
Poderia ainda ser considerada também uma redução ainda
mais significativa para os contratos que ultrapassassem a barreira dos 10 anos.
Contudo, contratos tão longos podem não ser uma vantagem para quem
não tem ainda certezas se quer ou pode permanecer tanto tempo naquele imóvel.
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