CM de Lisboa anula concurso do Programa Renda Acessível


A Câmara Municipal de Lisboa leiloou oito imóveis na Ajuda, ao Abrigo do Programa Renda Acessível(PRA). As licitações tinham uma base de 350 euros mas houve quem oferecesse mais do dobro. A excedência dos valores levou a Câmara a cancelar o concurso.


O objetivo do PRA é que investidores reabilitem património para depois ser arrendado a preços acessíveis. Neste caso, a Câmara de Lisboa optou por leiloar os imóveis.

 O imóvel mais barato era um T1, com 48m2, numa cave, com um preço base de licitação de 350 euros por mês. As ofertas ultrapassaram o dobro do valor base, sendo que a oferta vencedora foi de 760 euros. Houve também o caso de um T2 triplex de 77m2, com base de licitação de 500 euros que foi arrebatado por 916 euros.

Os resultados foram afixados, mas rapidamente o concurso foi cancelado. O valor das licitações vencedoras não está de acordo com o PRA, e estão muito longe de serem consideradas rendas acessíveis.

“O concurso para arrendamento de fogos promovido pela Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) não cumpre os princípios nem os critérios do Programa Renda Acessível (PRA). Este concurso vai, pois, ser anulado pela CML e vai ser lançado outro novo que respeite na íntegra princípios e preços do PRA”, explicou a CM de Lisboa ao Diário de Notícias.

Prevê-se que o PRA venha a disponibilizar entre 5 a 7 mil fogos, em 15 locais da cidade.
Luís Lima, presidente da APEMIP, condena o recurso a um leilão para atribuição das casas e sugere que seja antes feito um sorteio.

“Aceitar valores mais altos revelaria uma contradição no discurso de Fernando Medina sobre a política de arrendamento que tem defendido”, revela o presidente da APEMIP.

Até há uns anos, a prioridade da Câmara Municipal de Lisboa era vender os imóveis que tinha em sua posse. Hoje em dia, a maior proprietária de fogos do país (cerca de 25 mil) tem como prioridade reabilitá-los para depois os poder arrendar a preços acessíveis.

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