Leilão de casas da CM de Lisboa afinal não foi anulado


O leilão de casas de “renda acessível” onde os imóveis foram arrebatados por preços muito superiores ao que se considera acessível afinal não foi anulado, segundo explica o Dinheiro Vivo.


Os oito vencedores do leilão já deviam de ter as casas em sua posse desde 26 de abril, mas isso ainda não aconteceu. Esta quarta-feira foram chamados às instalações da Câmara Municipal de Lisboa, mas não foi para assinar nenhum contrato, segundo uma das vencedoras esclareceu ao DinheiroVivo.

“A única coisa que queriam era averiguar casos de emergência. Saber em que situação se encontram as pessoas e avaliar os danos causados”, disse uma das vencedoras que não quis ser identificada depois de sair de um encontro, na semana passada, com um jurista e uma adjunta do gabinete do vereador Manuel Salgado.

Segundo o Dinheiro Vivo a CM de Lisboa não está a equacionar atribuir indemnizações pelo incumprimento do acordo do leilão. Os vencedores querem levar a CML a tribunal pois dizem que a anulação não está prevista nas condições do leilão.

“O procedimento não foi anulado. Eles dizem que está suspenso para futura anulação. Para ser anulado é preciso existir um ato jurídico que explique os motivos do cancelamento. Porque nas regras do leilão não está prevista a sua anulação”, explicou uma das vencedoras do concurso.

Outra das questões suscitadas foi o facto de o leilão estar aberto a empresas, que apesar de não terem vencido nenhuma das casas, tiveram as suas candidaturas aprovadas para participarem no leilão.

A SRU (sociedade que promoveu o leilão) esclareceu que as empresas poderiam vencer o concurso para arrendarem os imóveis para habitação de trabalhadores.

Até aqui não há confirmação se o leilão será mesmo anulado ou se vai permanecer suspenso enquanto se procura uma solução para os visados.

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